Temos 7 dias para salvar o Intercept

Ilustração: Rodrigo Bento/The Intercept Brasil

Temos atualizações importantes sobre o nosso trabalho que podem resultar em uma grande vitória ou grande perda para o jornalismo brasileiro. E essa é uma escolha que só os nossos leitores podem fazer. O Intercept Brasil está se separando da redação do Intercept nos Estados Unidos.

Desde o primeiro dia, nossa equipe contou com o apoio generoso de nossos parceiros americanos para produzir um jornalismo contundente e destemido que desafia os poderosos e gera impactos concretos para a sociedade. Eles nos ajudaram a fazer investigações arriscadas que outros veículos jamais teriam recursos para realizar. Por causa disso tivemos acesso a advogados, tecnologia e segurança para juntos enfrentarmos Bolsonaro e seus aliados. Somos muito gratos pelos sacrifícios e por todo apoio que recebemos ao longo desses seis anos. Isto foi o que tornou o Intercept possível.

Ao invés de apenas encerrar o trabalho do Intercept no Brasil, nossos colegas nos ofereceram a possibilidade de darmos continuidade a esse trabalho. Agora é a hora de seguirmos em frente de forma independente! Esta é uma grande oportunidade para o jornalismo, mas, para isso dar certo, precisamos desesperadamente de sua ajuda.

O Intercept pode ser forçado a fechar permanentemente se não conseguirmos levantar R$ 500 mil nos próximos sete dias. Este não é um alarme falso. Estamos realmente no limite, mas nosso fechamento pode ser evitado com doações de apoiadores como você, que estão prontos para lutar com a gente em nome do jornalismo realmente independente que enfrenta os poderosos!

Sem os jornalistas do Intercept, quem fará as investigações que revelam os esquemas e abusos daqueles que tomaram conta do Brasil com a força do discurso de ódio, das mentiras e da bala? Quem vai publicar as histórias que a grande mídia oculta?

O El País e pelo menos 11 outros meios de comunicação brasileiros foram forçados a encerrar suas atividades apenas no ano passado. A cada fechamento, todos nós nos tornamos mais vulneráveis. Para proteger nosso país contra a corrupção e o autoritarismo durante esta eleição crucial, é preciso manter os repórteres investigativos do Intercept em ação.

A boa notícia é que mais de 10 mil leitores já contribuem para o Intercept Brasil todos os meses. Se não fosse por eles, o Intercept já teria fechado. Ou seja: já estamos muito perto do apoio que precisamos para nos manter. Se apenas mais 3.500 pessoas se juntarem a essa luta nos próximos sete dias, conseguiremos atingir nossa meta de arrecadação de R$ 500 mil e continuar fazendo jornalismo sem rabo preso e que causa impacto.

A pergunta que queremos te fazer hoje é: você acredita que o país ficará melhor sem o trabalho do Intercept?

Pense, por exemplo, nessa eleição. Ela seria a mesma sem o nosso jornalismo? Quem, na imprensa brasileira, denuncia as gigantes de tecnologia como a nossa equipe? Você conhece o impacto da Vaza Jato, da nossa investigação sobre o caso Marielle e Anderson, de tudo que produzimos sobre Amazônia, armas, violência de gênero e tecnologia. Mas somos muito mais do que isso. É raro que se passe um mês sem que uma reportagem nossa desencadeie uma nova investigação ou gere alguma mudança na lei ou pressione uma empresa a mexer nas suas práticas. Nosso jornalismo tem o poder de mudar vidas e exatamente por isso ele custa caro.

A maioria das outras redações do nosso porte no Brasil dependem de anunciantes ou de uma família de empresários para pagar as contas. Nem preciso te lembrar que essas famílias e esses anunciantes têm suas próprias motivações políticas, não é? Felizmente, esta não é uma opção para o Intercept. Mudar nosso modelo de negócio seria contra toda a nossa história e contra tudo em que acreditamos.

Nós, Andrew Fishman e Cecília Olliveira, somos jornalistas. Ajudamos a fundar o Intercept Brasil e a torná-lo o que é hoje. Agora estamos de volta, em uma nova fase, para ajudar essa equipe incrível a fazer o jornalismo que o país mais precisa nesse momento. Nosso “dono” continuará sendo uma organização sem fins lucrativos, não um indivíduo. Tudo que arrecadarmos será investido em jornalismo e não em garantir o lucro de um proprietário.

O risco que enfrentamos hoje é muito concreto. Mas você não desiste de algo assim quando caminha junto com mais de 10 mil pessoas, quando sabe que seu trabalho mudou o rumo político do país e que pode fazer muito mais. Pense bem: cada vez que um bom jornalista perde o emprego, fica mais fácil para políticos e empresários desonestos articularem seus esquemas e prejudicarem aqueles que vivem do seu próprio trabalho.

Hoje, lançamos a maior e mais importante campanha de captação de recursos da nossa história: precisamos arrecadar R$ 500 mil nos próximos sete dias para evitar uma paralisação total. Se você já é um membro recorrente, por favor, considere fazer uma contribuição adicional. Se você ainda não nos apoia, a hora é agora! Embarque nesta missão, temos apenas uma semana! 

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