{"id":483740,"date":"2022-01-25T10:00:56","date_gmt":"2022-01-25T10:00:56","guid":{"rendered":"https:\/\/theintercept.com\/?p=384408"},"modified":"2022-01-25T10:00:56","modified_gmt":"2022-01-25T10:00:56","slug":"travou-maite-narcisa-os-memes-e-a-rehab-do-conservadorismo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/radiofree.asia\/2022\/01\/25\/travou-maite-narcisa-os-memes-e-a-rehab-do-conservadorismo\/","title":{"rendered":"\u2018Travou, Mait\u00ea\u2019: Narcisa, os memes e a rehab do conservadorismo"},"content":{"rendered":"
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Ilustra\u00e7\u00e3o: Amanda Jungles\/The Intercept Brasil; Getty Images<\/p><\/div>\n

Em qualquer tempo,<\/u> e especialmente naqueles permeados pela trag\u00e9dia, o humor e o riso s\u00e3o poderosas armas que servem n\u00e3o s\u00f3 para aliviar a dor e garantir a nossa sobreviv\u00eancia, mas tamb\u00e9m como meios de cr\u00edtica e combate. Muitas vezes, rir de algo \u00e9 a melhor forma de desobedi\u00eancia – ou \u00e9 a \u00fanica coisa que nos resta. O humor, no entanto, pode ser sedutor a ponto de transformar a aberra\u00e7\u00e3o em possibilidade. Como exemplo, basta escrever apenas um nome: Jair Bolsonaro.<\/p>\n

\u00c9 ponto pac\u00edfico entre quem se dedicou a estudar o pol\u00edtico que o seu “reposicionamento” no mercado se deu em grande parte atrav\u00e9s de sua transforma\u00e7\u00e3o em um cara zueiro, bonach\u00e3o, o tio do churrasco. N\u00e3o importava se ele fosse racista ou homof\u00f3bico: bastava congelar sua imagem e colocar sobre seu rosto aqueles \u00f3culos pixelizados s\u00edmbolos da thug life (algo como vida loka, mas Tupac te explica melhor aqui<\/a>). Assim, foi poss\u00edvel transformar um nome da ultra-direita em um meme engra\u00e7ado e, por isso, palat\u00e1vel. Hoje, o “zueiro” veste a faixa presidencial e, entre outras loucurinhas, sugere irresponsavelmente para milh\u00f5es de pessoas que a vacina contra a Covid-19 est\u00e1 associada \u00e0 Aids<\/a> e ajuda a implementar uma pol\u00edtica de ass\u00e9dio contra funcion\u00e1rios da Anvisa<\/a>.<\/p>\n

Mas o fen\u00f4meno do meme como forma de rebatismo ou, arrisco dizer, como uma esp\u00e9cie de canoniza\u00e7\u00e3o \u00e0 base da cultura pop-ca\u00f3tica das redes, torna cool e moderninhos n\u00e3o somente os palet\u00f3s impregnados de naftalina da pol\u00edtica nacional: ele pode ser \u00fatil para remodelar uma s\u00e9rie de carreiras, do chef de cozinha \u00e0 atriz, da gamer ao lutador de MMA, do maquiador \u00e0 pastora evang\u00e9lica.<\/p>\n

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Nos \u00faltimos meses, a advogada, jornalista e socialite Narcisa Tamborindeguy, j\u00e1 famos\u00edssima muito antes da bomba\u00e7\u00e3o dos Instagram, Tik Tok e WhatsApp da vida, foi (re)al\u00e7ada como figura super memetizada ap\u00f3s a realiza\u00e7\u00e3o, em setembro de 2021, de uma live entre ela e a atriz Mait\u00ea Proen\u00e7a<\/a>. A conex\u00e3o da \u00faltima caiu e Narcisa, a princ\u00edpio, n\u00e3o compreendeu que estava falando sozinha. “Travou, Mait\u00ea!”, disse ela, criando ali, involuntariamente, um novo hit. Depois, soltou outra frase que viraria bord\u00e3o: “conta da Catharina!”. As caras e bocas de Narcisa, que, como a maioria de n\u00f3s, faz da tela da transmiss\u00e3o ao vivo uma esp\u00e9cie de espelho, s\u00e3o engra\u00e7ad\u00edssimas. Logo, esse trecho da live pipocou nas redes, e a dona do famoso “ai, que loucura!” passou a ser rosto ainda mais conhecido, alcan\u00e7ando novos p\u00fablicos. As ag\u00eancias de publicidade come\u00e7aram a disputar o passe da socialite, cuja fortuna familiar vem da explora\u00e7\u00e3o do petr\u00f3leo. “D\u00e1 para ganhar um extra”, disse ela aqui<\/a> sobre esse novo momento midi\u00e1tico.<\/p>\n

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Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o<\/p><\/div>\n

A viraliza\u00e7\u00e3o de Narcisa de certa forma tamb\u00e9m a trouxe de volta para um nicho do p\u00fablico LGBTQIAP+ que, em 2018, ficou decepcionado com um v\u00eddeo publicado pela ex-participante do reality Mulheres Ricas<\/i>. Nele, usando seus \u00f3culos de abacaxis, ela diz que est\u00e1 muito triste com o que aconteceu com Bolsonaro. Ali, refere-se ao atentado \u00e0 faca contra o ent\u00e3o candidato, em Juiz de Fora. “Inclusive eu voto no Jair Bolsonaro”, fala Narcisa, enviando beijos, m\u00e3ozinhas em cora\u00e7\u00e3o e o desejo de que o capit\u00e3o da reserva se restabele\u00e7a “para ganhar a presid\u00eancia da Rep\u00fablica”.<\/p>\n

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Foi como um tapa: mas como assim a diva super carism\u00e1tica e irreverente que grita da janela “toca para as gays!<\/a>” podia apoiar um homem que h\u00e1 anos aparecia nas redes de televis\u00e3o falando, entre outras declara\u00e7\u00f5es de \u00f3dio, que preferia ter filho morto em acidente a ter filho homossexual? Diversas manifesta\u00e7\u00f5es contra o apoio de Narcisa<\/a> ganharam as redes e a socialite, pressionada, fez um comunicado dizendo que n\u00e3o estava a par dos posicionamentos homof\u00f3bicos do hoje presidente. Foi dif\u00edcil entender como algu\u00e9m n\u00e3o tivesse sido exposto ao j\u00e1 onipresente Bolsonaro, principalmente uma pessoa com longa proximidade com a pol\u00edtica: o pai de Narcisa, M\u00e1rio Tamborindeguy, foi deputado federal quatro vezes; sua irm\u00e3, Alice Tamborindeguy, foi deputada estadual por seis mandatos no Rio de Janeiro (passou pelo PDT, PSDB e em 2018 estava no PP). Naquele momento, a socialite tamb\u00e9m mantinha um relacionamento amoroso com o jornalista pol\u00edtico Guilherme Fi\u00faza, fort\u00edssimo apoiador de Bolsonaro nas redes e hoje integrante da Jovem Pan.<\/p>\n

Na \u00e9poca, Narcisa pediu desculpas<\/a> publicamente, contou que estava sendo duramente atacada<\/a>, reclamou que ningu\u00e9m sentou com ela para mostrar o seu erro (!) e convocou seus seguidores para uma conversa. O texto teve impacto positivo para muita gente: com ele, a dona do “Travou, Mait\u00ea!” baixou a temperatura e manteve seu lugar entre uma generosa parte dos grupos LGBTQIAP+ .<\/p>\n

Poucas semanas depois, no entanto, a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, publicou que, apesar do pedido de desculpas, a socialite tentava agendar uma visita para ver Bolsonaro: <\/a>queria lhe dar um abra\u00e7o e levar amigos da B\u00e9lgica para conhec\u00ea-lo.<\/p>\n

Ai, que loucura.<\/p>\n

\n\"press-narcisa-fabi\"\n\n

Foto: Raquel Cunha\/Folhapress<\/p><\/div>\n

Em mar\u00e7o de 2020, em uma entrevista para a jornalista Leda Nagle, fiel escudeira do projeto pol\u00edtico de Jair Bolsonaro, Narcisa falou sobre um encontro casual com o ministro da economia, Paulo Guedes<\/a>, em um mercado no Rio de Janeiro. Ela o reconheceu, se apresentou e, de acordo com uma coluna de Amaury Jr., elogiou o Posto Ipiranga: “oi, ministro, sou sua f\u00e3<\/a>. Voc\u00ea \u00e9 o melhor economista de todos e est\u00e1 melhorando o Brasil”. \u00c0 Nagle, Narcisa lembrou que Guedes reclamou da vida: disse que “batiam muito nele”. Ela contemporizou e devolveu informando que o mesmo acontecia com ela. A foto dos dois foi publicada depois nas redes da socialite, madrinha e mantenedora do orfanato Lar de Narcisa<\/a>, no Rio de Janeiro.<\/p>\n

Poucos dias antes, “o melhor economista de todos” havia reclamado da cota\u00e7\u00e3o baixa do d\u00f3lar e afirmado que “at\u00e9 mesmo empregada dom\u00e9stica” estava viajando para Disney<\/a>, uma fala que repercutiu fortemente na imprensa.<\/p>\n

\u00c9 aqui que volto para os memes, o humor e a purpurina. \u00c9 bastante interessante observar como a “reatualiza\u00e7\u00e3o” da socialite atrav\u00e9s da cultura (e de uma economia) mem\u00e9tica a recoloca fortemente entre um p\u00fablico que \u00e9 constantemente atacado pelo governo bolsonarista, seja atrav\u00e9s da pol\u00edtica econ\u00f4mica de Guedes, seja atrav\u00e9s da pol\u00edtica de costumes de Damares Alves. Um p\u00fablico importante, inclusive, para cobrar posicionamentos de nomes que se capitalizam com o chamado pink money mas \u00e0s vezes preferem silenciar, como j\u00e1 aconteceu com Anitta<\/a> e Ivete Sangalo<\/a>. No caso de Narcisa, o “travou, Mait\u00ea!” lhe rendeu lugar nas listas dos memes do ano, como a realizada pelo canal Diva Depress\u00e3o<\/a>, com mais de tr\u00eas milh\u00f5es de inscritos. Em setembro do mesmo ano, o programa j\u00e1 havia dedicado um especial sobre Narcisa<\/a>, bastante celebrado no Vale. Mais visibilidade, mais lucro.<\/p>\n

\n\"narcisa-tamborinde-guy\"\n<\/div>\n

As apari\u00e7\u00f5es fe\u00e9ricas da jornalista e advogada, quase sempre muito rand\u00f4micas e sem filtros, s\u00e3o coalhadas de duas caracter\u00edsticas important\u00edssimas em uma economia das celebridades: “espontaneidade” e “autenticidade”. Ambas foram capturadas h\u00e1 muito pela pol\u00edtica, sendo geralmente calculadas: Obama se deixava ser fotografado correndo com crian\u00e7as na Casa Branca, Lula n\u00e3o seguia os discursos preparados para ele. O problema \u00e9 quando “autenticidade” vira air bag para discursos de \u00f3dio, como aconteceu diversas vezes quando Jair Bolsonaro ou Donald Trump soltaram ofensas contra mulheres ou imigrantes, por exemplo.<\/p>\n

Em uma era pr\u00e9-meme, a “autenticidade” e a “loucurinha” tamb\u00e9m atenuaram pr\u00e1ticas assombrosas n\u00e3o s\u00f3 de Narcisa, mas de toda uma trupe de endinheirados, como o jornalista e empres\u00e1rio Bruno Chateaubriand e o diretor global Boninho, ex-marido da socialite.\u00a0 Em um v\u00eddeo gravado em 2007 por Jo\u00e3o Brizola, neto do ex-governador Leonel Brizola, vemos uma reuni\u00e3o de gente muito rica falando sobre uma de suas grandes divers\u00f5es: atirar ovos ou objetos a partir das janelas de seus milion\u00e1rios apartamentos. “Taco tudo, ovo, almofada, balde de \u00e1gua<\/a>, eu jogo tudo o que eu n\u00e3o gosto, sabe?”, diz Narcisa. Mais \u00e0 frente, ela completa: “mas eu tamb\u00e9m jogo flores pela janela! (…) a\u00ed elas catam, elas sabem que \u00e9 da Narcisa”.<\/p>\n

Chateaubriand, por sua vez, diz que j\u00e1 jogou uma vassoura e uma garrafa de Coca-Cola pela janela. Depois, ouvimos Boninho ensinando uma receita para apodrecer ovos e comentando tranquilamente que j\u00e1 acertou “muita vagabunda <\/a>em S\u00e3o Paulo” com eles.\u00a0 O caso, repleto de um classismo tenebroso com generosas pitadas de sociopatia, gerou debates naquele momento, mas logo o tema foi deixado de lado. N\u00e3o teve batida policial (afinal, vandalismo e baderna t\u00eam cor, endere\u00e7o e renda), n\u00e3o teve pedido de desculpas nem qualquer preju\u00edzo para ningu\u00e9m – a n\u00e3o ser para quem, “vagabunda”, foi alvo da divers\u00e3o da turma.<\/p>\n

O epis\u00f3dio foi retomado em 2014, em uma entrevista que a socialite concedeu a outra hoje famosa apoiadora de Jair Bolsonaro, a atriz e apresentadora Antonia Fontenelle<\/a>. Poderia ter sido uma oportunidade para discutir o ato grotesco e rev\u00ea-lo criticamente anos depois, mas foi o contr\u00e1rio: ele foi trazido como pitoresco e um ovo chega a surgir na grava\u00e7\u00e3o, em uma simula\u00e7\u00e3o do que aconteceu anos atr\u00e1s.<\/p>\n

Me pergunto: do que e com quem estamos rindo, exatamente?<\/p>\n

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Iluminando um outro aspecto da discuss\u00e3o, o trabalho da pesquisadora B\u00e1rbara Zacher Vit\u00f3ria, autora da disserta\u00e7\u00e3o Sobre memes e mimimi – letramento hist\u00f3rico e midi\u00e1tico no contexto do conservadorismo e intoler\u00e2ncia nas redes sociais<\/i><\/a> mostra como o humor e o meme disseminam toda uma sorte de negacionismos hist\u00f3ricos, como afirmar que a escravid\u00e3o foi boa para pessoas trazidas da \u00c1frica para o Brasil. Nesse sentido, Vit\u00f3ria defende que as escolas se apropriem do meme como ferramenta pedag\u00f3gica, propondo algo fundamental na forma\u00e7\u00e3o n\u00e3o s\u00f3 de crian\u00e7as e adolescentes, mas tamb\u00e9m adultos: o letramento hist\u00f3rico e midi\u00e1tico. “\u00c9 fundamental que os memes sejam analisados como fontes hist\u00f3ricas e que os educadores da \u00e1rea fa\u00e7am uso do repert\u00f3rio mem\u00e9tico dispon\u00edvel nas redes para capacitar os estudantes sobre os usos da Hist\u00f3ria e suas intencionalidades, colaborando para o seu processo de letramento hist\u00f3rico. Servir-se dos memes para conscientizar os estudantes sobre as suas responsabilidades online, qualific\u00e1-los na condi\u00e7\u00e3o de consumidores e produtores cr\u00edticos de m\u00eddia, atentar para como as informa\u00e7\u00f5es que consumimos nas redes afetam nossas cren\u00e7as, nossas percep\u00e7\u00f5es sobre os outros, e de como estas percep\u00e7\u00f5es participam da cria\u00e7\u00e3o de estere\u00f3tipos, \u00e9 tamb\u00e9m uma estrat\u00e9gia em dire\u00e7\u00e3o ao letramento midi\u00e1tico de nossos estudantes”, escreve.\u00a0 A pesquisadora discute no trabalho, por exemplo, como o meme “nego” se espalhou de uma maneira completamente racista e t\u00f3xica nas redes, como vemos no exemplo abaixo.<\/p>\n

Em tempos de parceria entre a produtora Brasil Paralelo (cujo conte\u00fado dos produtos afirma, por exemplo, que n\u00e3o houve golpe militar no Brasil) e o G10 das Favelas<\/a>, esse letramento pode significar a pr\u00f3pria sobreviv\u00eancia da democracia.<\/p>\n

Na pesquisa\u00a0 Humor e conservadorismo: an\u00e1lise de memes durante o impeachment de Dilma Rousseff<\/i><\/a>, o cientista social Felipe Corr\u00eaa Guar\u00e9 escreve que o meme pode aumentar suas chances de replica\u00e7\u00e3o justamente atrav\u00e9s do humor, que vai aparecer de diferentes formas no contexto social. Aglutinador, o riso, diz ele, “serve como um sinal honesto de que membros de um mesmo grupo possuem ideologias em comum”. \u00c9 a\u00ed que reside a quest\u00e3o: atrav\u00e9s dessa opera\u00e7\u00e3o, tornamos muitas vezes o intoler\u00e1vel em aceit\u00e1vel, inclusive nos atrelando a posicionamentos que podem significar o nosso desaparecimento ou ainda nos transformar em mero objeto da divers\u00e3o. \u00c9 como se estiv\u00e9ssemos, muitas vezes, rindo com quem est\u00e1 tacando o ovo podre na cara da gente. Nesse caso, a piada \u00e9 voc\u00ea.<\/p>\n

O problema n\u00e3o est\u00e1 em Narcisa ou qualquer pessoa que declare seu apoio a qualquer governo: apesar dos ensaios mal ajambrados de golpe realizados em nosso \u00faltimo sete de setembro, somos livres para apoiar quem quisermos. O ponto \u00e9 como o consumo de uma cultura do meme, aparentemente muito leve, pode nos talhar, independentemente da idade, em um p\u00fablico que compra a gra\u00e7a pela gra\u00e7a sem observar melhor o que deriva dali.\u00a0 Nossa aten\u00e7\u00e3o, obtida tantas vezes pelo humor e pela “autenticidade” de seus personagens, custa caro e capitaliza, justamente, quem j\u00e1 costuma se fartar com a visibilidade midi\u00e1tica.<\/p>\n

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Uso do humor para conquistar as redes j\u00e1 transformou Bolsonaro no \u2018tioz\u00e3o do churrasco\u2019. Narcisa Tamborindeguy \u00e9 a \u00faltima ao retornar aos holofotes atrav\u00e9s do meme<\/p>\n

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