{"id":892180,"date":"2022-11-22T09:03:37","date_gmt":"2022-11-22T09:03:37","guid":{"rendered":"https:\/\/theintercept.com\/?p=414993"},"modified":"2022-11-22T09:03:37","modified_gmt":"2022-11-22T09:03:37","slug":"a-militancia-pro-mercado-da-imprensa-ja-nao-comove-um-brasil-arrasado-pelo-sofrimento","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/radiofree.asia\/2022\/11\/22\/a-militancia-pro-mercado-da-imprensa-ja-nao-comove-um-brasil-arrasado-pelo-sofrimento\/","title":{"rendered":"A milit\u00e2ncia pr\u00f3-mercado da imprensa j\u00e1 n\u00e3o comove um Brasil arrasado pelo sofrimento"},"content":{"rendered":"
\n\"coluna-fabiana-moraes-lula-mercado-imprensa-header\"\n\n

Ilustra\u00e7\u00e3o: Nicholas Steinmetz para o Intercept Brasil<\/p><\/div>\n

Di\u00e1rio do Brazil, 21 de setembro de 1884:<\/strong> o pa\u00eds caminhava para finalmente decretar a aboli\u00e7\u00e3o quando o peri\u00f3dico estampou o terror do mercado com a futura liberta\u00e7\u00e3o de milhares de pessoas: “A desconfian\u00e7a \u00e9 geral. O capital se retrai”. Fomos o \u00faltimo pa\u00eds do mundo a dar fim ao sistema escravocrata.<\/p>\n

O Globo, 26 de abril de 1962:<\/strong> o mercado chorava e rangia os dentes com a cria\u00e7\u00e3o do 13\u00ba sal\u00e1rio m\u00ednimo, que virou lei em julho de 1962 no governo do presidente Jo\u00e3o Goulart: “desastroso”, dizia a manchete. O 13\u00ba era uma demanda antiga<\/a> de trabalhadores como ferrovi\u00e1rios e metal\u00fargicos cansados de receber somente um panetone e um vinho barato como gratifica\u00e7\u00e3o no final do ano.<\/p>\n

Folha de S.Paulo, 11 de novembro de 2022:<\/strong> ap\u00f3s um breve discurso no qual Lula criticou as regras fiscais do Brasil e sugeriu um Bolsa Fam\u00edlia fora do teto de gastos, o peri\u00f3dico estampou: “Citi diz que mercado pode ter se enganado em rela\u00e7\u00e3o a Lula”<\/a>. No mesmo dia, o jornal publicou um editorial cravando, apenas duas semanas ap\u00f3s a elei\u00e7\u00e3o, que o presidente eleito “conseguiu derrubar grande parte das esperan\u00e7as de que seu governo v\u00e1 adotar uma pol\u00edtica econ\u00f4mica racional e socialmente respons\u00e1vel”. “Mau come\u00e7o”<\/a> \u00e9 o t\u00edtulo do texto.<\/p>\n

<\/div>\n

Como podemos ver,<\/u> a institui\u00e7\u00e3o mercado parece ser ainda mais fr\u00e1gil do que o candidato derrotado \u00e0 presid\u00eancia da Rep\u00fablica, cujos olhos est\u00e3o marejados desde a noite de 30 de outubro (embora o Citibank tenha tido o maior lucro em 10 anos<\/a> em 2021, quando enfrent\u00e1vamos o auge da pandemia). Bastou o primeiro \u201cse retrair\u201d e parte dos jornais retomou o papel de arautos do fim do mundo.<\/p>\n

Mas, depois de um impeachment vergonhoso; da pris\u00e3o e impedimento de candidatura de Lula; de quase 700 mil mortos pela covid-19; de o ministro Paulo Guedes querer combater o v\u00edrus “com reformas”; depois do aumento do assassinato de pessoas negras mesmo durante o lockdown; depois das filas dos caminh\u00f5es de lixo para obter comida; depois do desespero das pessoas sem acesso a oxig\u00eanio nos hospitais; depois da inaugura\u00e7\u00e3o do touro dourado da B3 no centro enquanto milh\u00f5es padeciam\u2026 n\u00e3o d\u00e1 simplesmente para sentir d\u00f3 de um mercado quase sempre refrat\u00e1rio ao sofrimento da masileira.<\/p>\n

E aqui \u00e9 preciso perguntar: o que entendemos por mercado? Essa institui\u00e7\u00e3o \u00e9, muitas vezes, tratada pela imprensa como um ente abstrato e quase fantasmal. Ou, no extremo oposto, como uma rede supostamente homog\u00eanea que conecta desde os maiores clientes e altos funcion\u00e1rios de um grande banco a uma cidad\u00e3 de classe m\u00e9dia guarda o pouco dinheiro que resta em uma aplica\u00e7\u00e3o financeira qualquer.<\/p>\n

H\u00e1 nos dois tratamentos uma mistura de engana\u00e7\u00e3o e de hipocrisia. Porque o mercado \u00e9 coisa concreta \u2013\u00a0e \u00e9 extremamente hierarquizado em seus interesses e poderes. \u00c9, a grosso modo, o conjunto dos cinco maiores bancos do Brasil e mais um punhado de grandes fundos de investimento. E \u00e9 esse mercado que esperneia diante da possibilidade de repartir uma parte do or\u00e7amento p\u00fablico que captura (de dinheiro de impostos, sobretudo) com aqueles que n\u00e3o possuem esse poder de chantagem \u2013\u00a0e n\u00e3o conseguem expressar suas vontades nos espa\u00e7os dos editoriais.<\/p>\n

Se esse mercado est\u00e1 sempre t\u00e3o \u00e0 vontade para apitar sobre quest\u00f5es que interferem na vida \u2013 e na morte \u2013 da popula\u00e7\u00e3o, vale perguntar:<\/p>\n

Onde estava\u00a0o mercado quando milhares de fam\u00edlias foram despejadas durante a pandemia?<\/strong><\/p>\n

Onde est\u00e1 o mercado enquanto pessoas negras s\u00e3o continuamente dizimadas?<\/strong><\/p>\n

Onde est\u00e1 o mercado enquanto diversos povos ind\u00edgenas s\u00e3o mortos e\/ou sofrem amea\u00e7as de garimpeiros?<\/strong><\/p>\n

Onde estava o mercado quando, nos \u00faltimos meses, o candidato derrotado saiu explodindo teto, parede e piso de gastos?<\/strong><\/p>\n

Por qual raz\u00e3o o mercado realiza a todo momento uma esp\u00e9cie de chantagem quando projeta qualquer m\u00ednima\u00a0 chance de uma economia n\u00e3o voltada somente para atender aos seus pr\u00f3prios gemidos?<\/strong><\/p>\n

Se imprensa e mercado se incomodam com o valor de R$ 175 bilh\u00f5es que seriam empregados anualmente para o pagamento de R$ 600 do Bolsa Fam\u00edlia, como pensar nos cerca de R$ 100 bilh\u00f5es gastos, tamb\u00e9m anualmente, somente para cobrir os custos do Judici\u00e1rio?\u00a0E o que dizer da toler\u00e2ncia com os cerca de R$ 42 bilh\u00f5es l\u00edquidos pagos a militares da reserva e a seus familiares somente em 2020, como mostra esse texto<\/a> de Felipe Betim?<\/p>\n

Sobre que setores na prometida reforma administrativa e previdenci\u00e1ria precisamos mesmo falar? Que superprivil\u00e9gios (e eles s\u00e3o bastante desiguais na administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica) deveriam ser urgentemente revistos? Por que os rendimentos dos superricos continuam sendo menos taxados do que os da popula\u00e7\u00e3o mais pobre? E por que lucros e dividendos n\u00e3o s\u00e3o taxados de maneira justa no Brasil?<\/p>\n

\u00c9 claro que n\u00e3o d\u00e1 para fazer uma leitura bin\u00e1ria de um assunto t\u00e3o tentacular. Ainda que timidamente, a heterogeneidade desse mercado se manifesta, com um ou outro CNPJ interessado nas quest\u00f5es sociais. Mas \u00e9 justamente binarizando o tema \u2013 sendo tchutchuca com o mercado e tigrona com as pol\u00edticas p\u00fablicas de combate \u00e0 pobreza \u2013 que a imprensa trata o assunto na maioria das vezes.<\/p>\n

Lembro bem quando, em 7 de abril de 2021, nomes importantes do empresariado brasileiro se reuniram para jantar com Jair Bolsonaro em um rega-bofe \u00e0 base de champanhe Veuve Clicquot no Jardim Am\u00e9rica, em S\u00e3o Paulo. Estavam l\u00e1 pessoas como Rubens Ometto, da Cosan, Fl\u00e1vio Rocha, do Grupo Guararapes Riachuelo, Ant\u00f4nio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o “Tutinha” da Jovem Pan, e Paulo Skaf, ex-Fiesp. Bolsonaro, acompanhado pelos ministros da Economia Paulo Guedes e da Sa\u00fade Marcelo Queiroga, esculhambou medidas de isolamento e chamou governadores a favor do lockdown de \u201cvagabundos\u201d. Foi ovacionado.<\/p>\n

Naquele dia apenas, o pa\u00eds registrou 3.733 mortes por covid-19. No podcast Caf\u00e9 da Manh\u00e3<\/a>, da Folha, uma jornalista disse que os empres\u00e1rios n\u00e3o eram ideol\u00f3gicos, mas \u201cpragm\u00e1ticos\u201d.<\/p>\n

\n\"Ao\n

O ministro da Economia Paulo Guedes \u2013 o mesmo que sugeriu combater o coronav\u00edrus com reformas \u2013 fala \u00e0 imprensa ap\u00f3s jantar em que Jair Bolsonaro recriminou medidas de conten\u00e7\u00e3o da pandemia de covid-19.<\/p>\n

\nFoto: Mathilde Missioneiro\/Folhapress<\/p><\/div>\n

‘Aprendam a repartir o p\u00e3o’<\/h3>\n

N\u00e3o tenho d\u00favida de que o sofrimento coletivo pelo qual passamos \u2013 e que infelizmente n\u00e3o era uma novidade para milh\u00f5es de pessoas \u2013 deixou alguns aprendizados necess\u00e1rios. Entre eles, a clareza de que desigualdade social n\u00e3o \u00e9 uma abstra\u00e7\u00e3o, mas uma realidade que define nossa vida, nossa morte, nosso gozo e nossa dor.<\/p>\n

Talvez, justamente por isso, nos deparamos com um fato que me parece in\u00e9dito nessa nova \u201cretra\u00e7\u00e3o\u201d do mercado ap\u00f3s declara\u00e7\u00f5es sobre gastos sociais: as rea\u00e7\u00f5es ao drama repercutido pelos editoriais foram majoritariamente desfavor\u00e1veis \u00e0 imprensa e ao mercado. Em redes sociais e nas caixas de coment\u00e1rios das mat\u00e9rias, a maioria das manifesta\u00e7\u00f5es observava, em que se pese a necessidade do controle da infla\u00e7\u00e3o e responsabilidade fiscal, que um pa\u00eds arrasado pela incompet\u00eancia e pilhagem n\u00e3o pode continuar a responder prioritariamente a um clube seleto \u2013 que n\u00e3o se incomoda com o fato de os 10% mais ricos ganharem quase 60% de toda a renda do Brasil, segundo o World Inequality Lab.<\/p>\n

No Instagram da Folha, os coment\u00e1rios no post que critica a declara\u00e7\u00e3o de Lula<\/a> expressam o espanto e a raiva de leitoras e leitores. \u201cEu fico impressionada como a Folha n\u00e3o se constrange em naturalizar a fome num pa\u00eds que produz riqueza como o Brasil\u201d, disse Gabi da Pele Preta.<\/p>\n

No Twitter, outros tantos seguem a mesma linha: \u201cN\u00e3o adianta espernear, o combate \u00e0 fome ser\u00e1 prioridade no governo Lula. Esse \u00e9 o recado do Leonel Brizola para o mercado (Faria Lima). Engulam o choro e aprendam a repartir o p\u00e3o!\u201d, escreveu<\/a> C\u00e1ssia Andrade em um tu\u00edte acompanhado por um discurso de Brizola, falecido em 2004. \u201cTeto dos gastos e Paulo Guedes. Guedes furou o teto dos gastos por quatro anos. Gerou um rombo nas contas p\u00fablicas. Por que o ‘mercado’ e a grande imprensa nunca cobraram nada dele? Por que protegem tanto Guedes?\u201d, questionou<\/a> Uallace Moreira.<\/p>\n

Desigualdade social n\u00e3o \u00e9 uma abstra\u00e7\u00e3o, mas uma realidade que define a nossa vida, nossa morte, nosso gozo e nossa dor.<\/blockquote>\n

No UOL<\/a>, o jornalista Chico Alves escreveu que a \u201cDevo\u00e7\u00e3o da imprensa ao \u2018mercado\u2019 n\u00e3o faz bem ao Brasil\u201d. Monica de Bolle, economista e professora da Universidade Johns Hopkins, foi<\/a> sint\u00e9tica: “e que esses \u00faltimos quatro anos sirvam para mostrar ao jornalismo econ\u00f4mico que sua relev\u00e2ncia depende do entendimento de que a popula\u00e7\u00e3o que n\u00e3o trabalha no mercado n\u00e3o est\u00e1 interessada em an\u00e1lise econ\u00f4mica de elevador e sem compromisso com o pa\u00eds\u201d.<\/p>\n

Ela est\u00e1 coberta de raz\u00e3o: o jornalista que se comporta como ativista da bolsa de valores deixa de atuar como mediador entre institui\u00e7\u00f5es e popula\u00e7\u00e3o, fun\u00e7\u00e3o que, pelo menos em tese, deveria cumprir.<\/p>\n

O mercado, por exemplo, tem rela\u00e7\u00e3o direta com o fato de uma m\u00e3e precisar atuar como dom\u00e9stica na pandemia e ainda ter que levar seu filho para o trabalho. O mercado tem rela\u00e7\u00e3o direta com o fato de essa mulher perder o seu filho para o racismo. N\u00e3o precisamos que os jornais nos digam isso – eles nunca disseram, na verdade. Ali\u00e1s, essa \u00e9 outra maneira de lembrar que responsabilidade fiscal e responsabilidade social andam juntas, ainda que n\u00e3o exatamente do jeito que costumamos ser alertados sobre esse fato.<\/p>\n

Mas n\u00f3s passamos por uma inflex\u00e3o enquanto sociedade \u2013 e tenho a impress\u00e3o de que setores relevantes de nossa imprensa ainda n\u00e3o compreenderam isso. N\u00e3o tenho d\u00favidas de que mudan\u00e7as na postura de diversos ve\u00edculos (sobre racismo, xenofobia, misoginia, entre outros temas) nasceram da press\u00e3o do p\u00fablico.<\/p>\n

Um exemplo eloquente aconteceu ap\u00f3s a divulga\u00e7\u00e3o de uma capa do jornal Aqui PE, do Di\u00e1rio de Pernambuco. Falei a respeito dele no meu \u00faltimo livro<\/a> e o trago tamb\u00e9m aqui: em 1\u00b0 de setembro de 2017, o Aqui PE publicou uma foto com a imagem de uma mulher negra morta, ca\u00edda no ch\u00e3o e com parte da calcinha e das n\u00e1degas \u00e0 mostra. Dizia a manchete: \u201cFlanelinha assassinada a pauladas no Recife Antigo\u201d. A imagem das regi\u00f5es \u00edntimas de Diana gerou rea\u00e7\u00f5es por parte de diversos setores da sociedade. Vinte e cinco entidades ligadas \u00e0 defesa dos direitos das mulheres e coletivos que atuam como observat\u00f3rios da m\u00eddia publicaram uma nota de rep\u00fadio<\/a>. A seguir, um trecho:<\/p>\n

Ao refor\u00e7ar estere\u00f3tipos de g\u00eanero, retroalimenta uma cadeia de argumenta\u00e7\u00f5es mis\u00f3ginas, racistas e classistas, as quais podem desembocar num amplo feixe de pr\u00e1ticas violentas. O Aqui PE precisa se retratar publicamente e manter uma linha editorial coerente com o jornalismo, enquanto campo mediador de sentidos. Do contr\u00e1rio, continuar\u00e1 apenas alimentando \u00f3dio e manchando essa profiss\u00e3o t\u00e3o nobre e relevante para a vida em sociedade.<\/p><\/blockquote>\n

O caso chegou ao Minist\u00e9rio P\u00fablico de Pernambuco, que instaurou uma a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica. A partir dela, foram acertadas as etapas da retrata\u00e7\u00e3o e repara\u00e7\u00e3o que o jornal deveria cumprir. Assim, o Aqui PE publicou um \u201cErramos\u201d na capa. Depois, publicou uma s\u00e9rie de mat\u00e9rias sobre direitos humanos, com a viol\u00eancia contra mulheres abrindo o especial. Finalmente, jornal e entidades que assinaram a nota se comprometeram a realizar um semin\u00e1rio sobre direitos humanos para profissionais e estagi\u00e1rios.<\/p>\n

\u00c9 um caso que ilustra bem: uma sociedade atenta e cansada da milit\u00e2ncia jornal\u00edstica antimulheres, antinegros, antipobres consegue mudar a qualidade daquilo que \u00e9 dito e visto sobre n\u00f3s. Uma sociedade cansada da milit\u00e2ncia jornal\u00edstica pr\u00f3-mercado pode fazer o mesmo.<\/p>\n

*Recentemente, o jornalista Rodrigo Alves, do podcast <\/i>Vida de Jornalista<\/i><\/a>, reuniu profissionais de todo pa\u00eds (tive a sorte de estar entre elas e eles) para perguntar o que esperar do jornalismo ap\u00f3s essas elei\u00e7\u00f5es e o que aprendemos nesses terr\u00edveis anos com Bolsonaro. Recomendo a escuta e aten\u00e7\u00e3o especial ao que diz minha colega Nayara Felizardo, aqui do <\/i>Intercept<\/i>, sobre a necessidade da descentraliza\u00e7\u00e3o das coberturas jornal\u00edsticas.<\/i><\/p>\n

*A pesquisa sobre as capas de jornais trazendo antigas not\u00edcias sobre o mercado foi <\/i>realizada<\/i><\/a> por Marcelo Moutinho.<\/i><\/p>\n

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Contr\u00e1rios \u00e0 histeria dos jornais ap\u00f3s falas de Lula, internautas refor\u00e7am que um pa\u00eds rapinado n\u00e3o pode atender apenas ao clube seleto dos superricos.<\/p>\n

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